Estamos chegando de uma grande viagem que fizemos por Minas Gerais. Foram três momentos.
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O primeiro, foi a visita que fizemos ao lugarejo de Angustura (ver mapa), outrora chamado Madre de Deus do Angú, para onde foi em 1862 o bisavô da Anna, aos 25 anos de idade, médico recém-formado, acompanhado da mulher e uma filha pequena, começar a vida profissional. Angustura fica um pouco depois de Além Paraíba, município mineiro na fronteira de Minas com o Estado do Rio de Janeiro, como o nome indica, cruzando-se o rio Paraíba. É um povoado minúsculo com duas ruas num sentido e outras tantas no outro onde o tempo parou desde que o velho Doutor José Alexandre de Souza Gurgel do Amaral foi para lá. A grande maioria das casas e demais edificações tem mais de um século e algumas são tão antigas quanto o próprio povoado. Nossa intenção era ter ido ao cartório da localidade para levantar documentos relativos aos antepassados da Anna mas, curiosamente, o cartório só funciona aos sábados. De qualquer modo, ao entrarmos no povoado ficamos conhecendo o Sr. Manoel de Souza Peres, conhecido como "seu Neca" que nos deu as primeiras informações. Saímos fotografando o que encontramos.
Esta casa, como mostra o medalhão na fachada, é de 1899
Esta casa, como mostra a data inscrita no triângulo da fachada, é de 1881
Vimos o belo casario da época, algumas edificações em ruínas, até chegarmos ao largo da igreja que lá estava tal qual descreveu o avô da Anna, no manuscrito que deixou contando a saga de seu pai naquela remota localidade de Minas.
Com a prestimosa ajuda de "seu Neca" conseguimos a chave da igreja com a Sra. Geni Silva Garcia, uma beata que toma conta da igreja, pois o padre só aparece lá uma vez por mês. A igreja, muitíssimo bem conservada para os seus 123 anos de idade, impressiona por seu tamanho desmesurado em relação à quantidade de casas do povoado. Acredito mesmo que não haja na localidade fiéis em número suficiente para lotá-la. Gostaríamos de ter ficado mais tempo em Angustura, e mesmo pernoitado lá, mas sequer existe uma pousada. Como a intenção principal era a do resgate de dados e informações que pudessem vir a enriquecer o livro que a Anna está escrevendo sobre a história de seu bisavô, achamos que devemos voltar lá com mais tempo, talvez pernoitando em Leopoldina que é uma cidade mineira de porte médio não muito longe de Angustura, para então ficar um dia inteiro em Angustura trabalhando na pesquisa.
Esta é a estrada que sai da BR 116 e dá acesso a Angustura
De Angustura fomos então para Leopoldina, e de lá iríamos no dia seguinte para Belo Horizonte, para a casa de nossa filha Priscilla que há pouco mudou-se para a capital mineira, segundo momento de nossa viagem. Dormimos num hotel novo e confortabilíssimo chamado Minas Towers. No dia seguinte, após o café da manhã partimos para BH, passando por Cataguases, Barbacena, Conselheiro Lafaiete e chegando a Belô pouco antes da hora do almoço. Viagem tranquila. Infelizmente encontramos nossa netinha Maria com caxumba. Por outro lado, para nossa alegria, reencontramos nosso velho amigo Julio Cesar Christophe da Silva, o Murce, que foi, como sempre, extremamente carinhoso. Neste terceiro momento da viagem, fomos comprar um vinho para o jantar e combinamos que no dia seguinte eu iria com ele ao mercado comprar os ingredientes para um "Moscou contra 007" que é uma receita de sua autoria para um delicioso rosbife de filé mignon com fetucini feito com funghi e creme de leite que ele iria preparar para o almoço. Fomos então ao mercado, compramos o material e fomos, nós dois para a casa dele, que é um ótimo apartamento duplex de cobertura, aonde ele mora e tem seu atelier de ceramista e preparador de bonsais. Muito bonitas tanto as cerâmicas quanto os bonsais que ele faz.
Em seguida fomos para a cozinha onde, enquanto bebericávamos um bom vinho ele preparava, como só ele sabe fazer, o tal "Moscou contra 007".
Depois de pronto o prato, chegaram Priscilla, Ricardo e Maria e pudemos então provar a iguaria saída da cozinha desse
chef nato que é Murce.
Após este almoço maravilhoso seguiu-se uma sessão de slides, como nos velhos tempos, da qual separo dois. Um da Priscilla aos 13 anos em nossa casa das Charitas e outro de Anna e Olenka nas areias que Julio diz que são de Itaipuassú e a Anna diz que são de Camboinhas, ambos tirados por volta de 1978.
Depois disso, assistimos a um show de música maravilhoso de um pianista, cujo nome não gravei, e seu grupo, na fantástica televisão de Julio. Ainda tive tempo de fazer uma rápida visita a minha cunhada Lou que estava recém chegada de Nova York e que mora pertinho da Priscilla. No dia seguinte, domingo bem cedinho, acordamos, tomamos o café da manhã numa padaria com pães incríveis e uma música ambiente de clássicos do jazz e partimos de volta para nossa casa em Resende. Foram seis horas de viagem direto. Boa viagem. Tudo foi tão bom que pretendemos voltar breve. Em primeiro lugar para, com mais calma, complementarmos o levantamento em Angustura e depois para rever nossa filha e sua família.