O estúdio no porão da casa em frente à nossa, nas Charitas era realmente muito simpático. Pelo lado de dentro da porta de vidro ficava um boneco em tamanho natural do Fantasma (das histórias em quadrinhos) que tinha sido um brinde da Editora Globo para a qual eu e o meu amigo Aldo Luiz de Paula Fonseca tínhamos feito alguns trabalhos.
As paredes eram revestidas de trabalhos que eu tinha feito recentemente para diversos clientes/amigos. Trabalhos para a Chuka (empresa de confecção infantil do Waldir Abi-fadel), para a Rapo (empresa de confecções da Telma Yamagata), para a VendeModa (empresa de moda adulta também do Waldir Abi-fadel), trabalhos para a Sobremetal (multinacional de processamento de escória de aço cujo diretor era o Zeca Gurgel do Amaral), Relatório Anual para a Petrobrás (intermediado por meus amigos Jorge e Alexandre Sávio da Gráfica Europa), início de uma relação de trabalho e continuação de uma relação de amizade que se aprofundou posteriormente com meu velho e hoje saudoso amigo Arino de Mattos Filho, tabelião de Niterói para quem desenhei inicialmente um logotipo para seu cartório que era o único da cidade que ostentava uma imagem que se reproduzia na fachada, nos papéis, nas capas dos processos e em vários ítens, algo inteiramente inusitado, pois todos os outros usavam aquelas pastas tradicionais feitas na tipografia da esquina e que se usam até hoje. O momento na economia era de um certo aquecimento e eu senti que aquele escritório alí naquele porão úmido das Charitas deveria adquirir uma feição mais profissional e aluguei uma sala na sobreloja do edifício Center IV, em Icaraí, justo em cima da loja de venda de materiais de decoração (cortinas, revestimentos, etc.) que minha mulher tinha em sociedade com a irmã Cristina. Meu ex-aluno Nelson Moraes Mendes tornou-se meu sócio e a Ângela Lima Souto continuou sendo nossa estagiária. Não sei de onde surgiu a Claudia Morpurgo, filha da Tereza, e neta do velho Dr. Admar Morpurgo, velho amigo da família de minha mãe, um velho médico histriônico. Ela era estudante de Belas Artes e pensou que podia também estagiar ali conosco mas acho que percebeu que aquela não era a praia dela. De alguma forma o escritório ia se mantendo e fazendo trabalhos basicamente para as indústrias e principalmente para o comércio de moda de Niterói. Muitas lojas de Icaraí tinham marcas desenhadas pelo nosso escritório. Nosso boy Zé Carlos continuava firme conosco e a Laura, irmã da Ângela Lima Souto era a nossa secretária. Minha relação de trabalho com o Aldo Luiz - que àquela altura parecia não estar mais satisfeito com o emprego de diretor de arte da Polygram (gravadora e editora fonográfica) desenvolveu-se mais e virou uma parceria empresarial. Abrimos uma firma que se chamou Artistas Gráficos Ltda.
Naquele mesmo endereço do Center IV. Esta tentativa de tornar-me empresário, aliada à crise que se abateu sobre a economia brasileira com o fim do chamado "milagre econômico" como o chamou o ministro Delfim Netto, me fez vender a casa das Charitas. Fomos morar por empréstimo num apartamento que tinha sido do Aldo Luiz e naquele momento era do publicitário Roberto Wrencher, amigo do Aldo Luiz, e que ficava na rua Lopes Trovão, esquina com rua Barros. Minha mãe havia morrido recentemente e eu e meus irmãos tínhamos herdado um belíssimo apartamento que era nosso (em usufruto dela) alí mesmo na rua Barros, a uns 50 metros de apartamento do Roberto Wrencher. Fomos para lá então, e com o dinheiro da venda da casa das Charitas, montamos o apartamento da rua Barros - este da herança. Tudo novo. Todo atapetado com tapetes Cerello; móveis todos novos da Tok-Stok. Como o Aldo Luiz vinha da indústria fonográfica, trouxe consigo alguns clientes dessa área. Fizemos alguns trabalhos interessantes para esse segmento. A capa do primeiro disco do Lulu Santos - um compacto simples, que é como se chamavam os discos daquele formato, com uma música de cada lado; uma capa muito interessante para o disco 'Escândalo' da Ângela Rorô; a capa do primeiro disco lançado após a morte da Elis Regina, a capa de um disco extemporâneo da Marília Medalha, outras capas para a Warner Records através do Heleno Oliveira, um dos executivos da gravadora, das relações do Aldo Luiz.
As paredes eram revestidas de trabalhos que eu tinha feito recentemente para diversos clientes/amigos. Trabalhos para a Chuka (empresa de confecção infantil do Waldir Abi-fadel), para a Rapo (empresa de confecções da Telma Yamagata), para a VendeModa (empresa de moda adulta também do Waldir Abi-fadel), trabalhos para a Sobremetal (multinacional de processamento de escória de aço cujo diretor era o Zeca Gurgel do Amaral), Relatório Anual para a Petrobrás (intermediado por meus amigos Jorge e Alexandre Sávio da Gráfica Europa), início de uma relação de trabalho e continuação de uma relação de amizade que se aprofundou posteriormente com meu velho e hoje saudoso amigo Arino de Mattos Filho, tabelião de Niterói para quem desenhei inicialmente um logotipo para seu cartório que era o único da cidade que ostentava uma imagem que se reproduzia na fachada, nos papéis, nas capas dos processos e em vários ítens, algo inteiramente inusitado, pois todos os outros usavam aquelas pastas tradicionais feitas na tipografia da esquina e que se usam até hoje. O momento na economia era de um certo aquecimento e eu senti que aquele escritório alí naquele porão úmido das Charitas deveria adquirir uma feição mais profissional e aluguei uma sala na sobreloja do edifício Center IV, em Icaraí, justo em cima da loja de venda de materiais de decoração (cortinas, revestimentos, etc.) que minha mulher tinha em sociedade com a irmã Cristina. Meu ex-aluno Nelson Moraes Mendes tornou-se meu sócio e a Ângela Lima Souto continuou sendo nossa estagiária. Não sei de onde surgiu a Claudia Morpurgo, filha da Tereza, e neta do velho Dr. Admar Morpurgo, velho amigo da família de minha mãe, um velho médico histriônico. Ela era estudante de Belas Artes e pensou que podia também estagiar ali conosco mas acho que percebeu que aquela não era a praia dela. De alguma forma o escritório ia se mantendo e fazendo trabalhos basicamente para as indústrias e principalmente para o comércio de moda de Niterói. Muitas lojas de Icaraí tinham marcas desenhadas pelo nosso escritório. Nosso boy Zé Carlos continuava firme conosco e a Laura, irmã da Ângela Lima Souto era a nossa secretária. Minha relação de trabalho com o Aldo Luiz - que àquela altura parecia não estar mais satisfeito com o emprego de diretor de arte da Polygram (gravadora e editora fonográfica) desenvolveu-se mais e virou uma parceria empresarial. Abrimos uma firma que se chamou Artistas Gráficos Ltda.
Naquele mesmo endereço do Center IV. Esta tentativa de tornar-me empresário, aliada à crise que se abateu sobre a economia brasileira com o fim do chamado "milagre econômico" como o chamou o ministro Delfim Netto, me fez vender a casa das Charitas. Fomos morar por empréstimo num apartamento que tinha sido do Aldo Luiz e naquele momento era do publicitário Roberto Wrencher, amigo do Aldo Luiz, e que ficava na rua Lopes Trovão, esquina com rua Barros. Minha mãe havia morrido recentemente e eu e meus irmãos tínhamos herdado um belíssimo apartamento que era nosso (em usufruto dela) alí mesmo na rua Barros, a uns 50 metros de apartamento do Roberto Wrencher. Fomos para lá então, e com o dinheiro da venda da casa das Charitas, montamos o apartamento da rua Barros - este da herança. Tudo novo. Todo atapetado com tapetes Cerello; móveis todos novos da Tok-Stok. Como o Aldo Luiz vinha da indústria fonográfica, trouxe consigo alguns clientes dessa área. Fizemos alguns trabalhos interessantes para esse segmento. A capa do primeiro disco do Lulu Santos - um compacto simples, que é como se chamavam os discos daquele formato, com uma música de cada lado; uma capa muito interessante para o disco 'Escândalo' da Ângela Rorô; a capa do primeiro disco lançado após a morte da Elis Regina, a capa de um disco extemporâneo da Marília Medalha, outras capas para a Warner Records através do Heleno Oliveira, um dos executivos da gravadora, das relações do Aldo Luiz.
Um comentário:
Como era bom, né não, Caloga? Vocês na sobreloja, Monsieur Bernard naquele louco escritório na 621 e o meu era na 720... bons tempos!
Eu até hoje tenho um cartão de fim de ano de vocês assinado por você e pelo Aldo.
Um abração!
Caíque
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