quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

33. Sozinhos

No início dos anos 90 de repente ficamos nos dois, eu e a Anna, sozinhos. Priscilla já tinha batido asas e ganhado o mundo, começando pela Itália. Adriana foi para Resende acompanhar a avó que tinha sido internada no Hospital da Academia Militar das Agulhas Negras para sofrer uma cirurgia no calcanhar que havia fraturado. Lá Adriana conheceu o então jovem cabo Alberto Deslandes, o popular Beto com quem começou a namorar. Com a avó restabelecida ela resolveu ficar por Resende e foi morar com ele na enorme casa de meu concunhado Paulo que gentilmente (como era de seu feitio) os acolheu. Nesse meio tempo, minha cunhada Cristina resolveu abrir em Visconde de Mauá uma loja de chapéus de parceria com Fernando Scarpa. Pouco depois desfizeram a sociedade mas a Cristina decidiu ficar com o negócio sozinha e morando em Mauá após ter sofrido um assalto que deve ter lhe traumatizado muito, lá em Pendotiba onde moravam perto da nossa casa. Visconde de Mauá oferecia segurança entre outras coisas, algo que já estava faltando na cidade de Niterói. Indo morar em Mauá, a Cristina levou com ela a sua mãe. Então nós, e principalmente a Anna, que já havíamos perdido a companhia das filhas, ficamos sem a companhia da irmã/cunhada e da mãe/sogra. Como os trabalhos estivessem rareando, e minha obrigação para com a UFF se resumia a dois dias de aulas por semana, propuz a Anna que alugássemos nossa casa de Pendotiba e fôssemos também para Mauá. Fiquei indo durante um ano de Mauá para Niterói duas vezes por semana, dormindo na casa de meu irmão Augusto até que consegui negociar com meu chefe de departamento e ir apenas um dia por semana e dar naquele dia todas as aulas que dava nos outros dois. Entrava lá ao meio-dia e saia às 10 da noite, morto. Dormia na casa do Augusto e no dia seguinte partia para Mauá para só voltar na semana seguinte. Inicialmente fomos morar num ranchinho de costaneira (a parte das árvores que não é aproveitada para fazer tábuas, junto à casca) muito bucólico, num sítio enorme aonde em uma das casas (tinha 3) a Cristina e seu marido Gustavo já moravam com minha sogra. Levamos de Pendotiba para lá umas poucas coisas. Em pouco tempo mudamos para uma das outras casas do sítio, mais embaixo, justamente às margens do rio Preto - divisa entre os estados do Rio e de Minas. Pouco depois (1995) consegui me aposentar pela UFF.

Um comentário:

Different, but True disse...

Me lembro perfeitamente de seu computador 286 e da sua impresso a lazer. Arino Mattos frequentou o meu consultorio e me deu um exemplar de suas poesias! Como o tempo voa!
Adoro ler seu blog!
:)
beijos