quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

34 Visconde de Mauá 15 anos depois (1)

Chegando para trabalhar

Estabelecendo-me em Visconde de Mauá, queria e precisava desenvolver uma atividade. Aluguei uma loja no "Shopping Aldeia dos Imigrantes" de minha amiga Bia Bornhausen (Simonsen na época) e nela montei um escritório de prestação de serviços gráficos. Imaginei que a pequena atividade econômica hoteleira da região seria um clientela a desenvolver. Para fazer uma simples cópia de documento era preciso tomar um ônibus, descer a serra da Mantiqueira, ir a Resende e ficar lá o dia todo esperando o ônibus de volta (só havia dois horários por dia - e muitas vezes o ônibus quebrava no meio da serra). Pensei que oferecer imediatamente um serviço de cópias me faria conhecido e me daria a oportunidade de mostrar outras possibilidades de meu trabalho. Aluguei uma máquina da Xerox, levei todo meu equipamento (computador, impressora a laser e scanner e comecei a trabalhar. Num instante tornei-me conhecido e confirmaram-se minhas expectativas. Meu computador era o primeiro que chegava a Visconde de Mauá no longínquo ano de 1995. Os habitantes locais ficavam com as caras grudadas na vidraça da loja me vendo trabalhar naquela máquina que só viam na televisão. Os hoteleiros e os pequenos comerciantes me solicitaram para os mais variados serviços, e assim que pude instalar um telefone no escritório decidi desenhar e colocar no ar um site que chamei de "Revista de Turismo Visconde de Mauá - O Paraíso da Mantiqueira", onde eu mostrava a região e suas belezas, oferecia diversos serviços e dava informações diárias sobre o tempo, temperatura, condições da estrada, etc. No início foi um pouco difícil (até porque não tenho habilidade para tanto) vender um espaço no site para os meus pretendidos anunciantes. A Internet mal tinha começado a ser usada como ferramenta de divulgação comercial. Muitos de meus clientes sequer sabiam o que era a Internet e qual o seu alcance, utilidade e potencial. Ainda assim cheguei a ter mais de 35 anunciantes fixos, entre hoteleiros e comerciantes. Mas como as mudanças ocorrem com muita velocidade, em poucos anos os computadores que tomavam conta do resto do mundo, também subiram a serra da Mantiqueira e todos passaram a tê-los e a partir daí acharam que não precisavam mais de mim. É claro que ter um bisturi na mão não faz de ninguém um cirurgião, mas. . . Acabei tendo que fechar o escritório porque a demanda caiu a um nível que não permitia que eu pagasse o aluguel e as contas de luz e telefone. Mas foi uma ótima experiência, sobretudo pela interação que me proporcionou - tanto comercial quanto pessoal - com os habitantes locais, desde os empresários da hotelaria até o dono da vendinha, ou os meninos que me pediram para fazer um cartaz para o tradicional campeonato de bola de gude que é realizado há anos.

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