terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Cheio de trabalho

Não tenho postado nada ultimamente. Ando, junto com a Anna, muito ocupado traduzindo para a Editora Record um livro interessantíssimo sobre a epopéia que foi a construção do Canal do Panamá. O original, de autoria de Matthew Parker chama-se Panama Fever - the battle to build the canal. Já deu para perceber a truculência americana (desde aquela época) em tomar posse de lugares com grande potencial estratégico sem quaisquer escrúpulos (tal qual continuam fazendo ainda hoje pelo mundo afora). Em alguns lugares como no Vietnam eles perderam, como também estão perdendo no Iraque (embora não admitam). No Panamá, à epoca da construção do canal eles escravizaram caribenhos pobres e negros que morreram - mais de 25.000 - para que os Estados Unidos se apossassem do canal por 99 anos, a partir da chamada 'doutrina de Monroe' que dizia, "A América para os americanos", só que não dizia que era para os americanos do norte.
Assim que eu tiver uma folguinha voltarei às minhas postagens.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

47 Bem vindo Aventureiro Venturoso


No último dia 23 de fevereiro, às 12.00 como estava marcado, no mesmo lugar de onde tinha saído uma vez para a sua viagem de circunavegação pelo Brasil numa pequena moto de 125 cc, isto é, frente a farmácia de Visconde de Mauá, fui receber meu amigo Sergio Zurawel que voltou de sua viagem de motocicleta, desta vez numa possante Kawasaki 650 trail, de uma cidadezinha da California chamada Seal Beach até Visconde de Mauá. 20.000 quilômetros de pura aventura. Amanhã estaremos juntos outra vez. Ele, que está em Mauá, vai descer aqui para Resende para uma consulta com o dentista e depois passará aqui por casa para contar suas peripécias de viagem e para tomarmos um bom vinho. Bem vindo, Sergio.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Bloco das Piranhas 2

Bernardo Ferreiro, pego em flagrante pela câmera de Juca Keller, num Carnaval no início dos anos 80, no desfile do Bloco das Piranhas (ver postagem 28 Bloco das Piranhas) do qual ele era o presidente de honra. Bernardo é velha amizade de mais de 40 anos. Homem de muitos talentos, galante, refinado e elegante. Sabe como apreciar e tirar o melhor partido dos prazeres que a vida tem lhe oferecido. Arquiteto, decorador, designer, músico, carnavalesco, bon vivant, e muitos outros adjetivos que me faltam para qualificá-lo. Sobretudo um ótimo camarada, pessoa carinhosa que jamais vai te deixar na mão. Além de tudo isso é excelente gourmet, gourmand e grande restauranteur. Durante um certo tempo teve um restaurante de "cozinha autoral" como ele gostava de chamar, em sua simpática casa nas fraldas do morro do Abílio, perto da velha caixa d'água colonial. Altas comidas, comensais importantes. Sempre que eu ia a Niterói fazia questão de ir lá visitá-lo. As histórias sobre ele são sempre muito engraçadas. Entre outras, tem aquela em que ele estava viajando pela Europa e entrou num restaurante na Alemanha (sem saber falar qualquer palavra na ligua de Goethe). O garçom lhe apresentou o cardápio com aquelas palavras enormes escritas em alemão, evidentemente. Ele devolveu o cardápio ao garçom e pediu com a maior tranquilidade: - "O Salzicha!" (como no anúncio da Sadia que a televisão veiculava). O garçom foi lá para dentro da cozinha do restaurante e voltou com um prato com belo salsichão. O restaurante era uma salsicharia. Figuraço, grande amigo. Campenon Bernard.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Au revoir Henri (Henri Gabriel Salvador - *18/07/1917; +13/02/2008)

"Henri vient de rejoindre Tom Jobim, et ils sont sûrement déjà en train de composer..."




clique aqui nesta linha lilás para ver e ouvir Henri Salvador cantando Dans mon île
http://www.youtube.com/watch?v=JDzz2KGuyH0

Dans mon île


Dans mon île
Ah comme on est bien
Dans mon île
On n'fait jamais rien
On se dore au soleil
Qui nous caresse
Et l'on paresse
Sans songer à demain
Dans mon île
Ah comme il fait doux
Bien tranquille
Près de ma doudou
Sous les grands cocotiers qui se balancent
En silence, nous rêvons de nous.

Dans mon île
Un parfum d'amour
Se faufile
Dès la fin du jour
Elle accourt me tendant ses bras dociles
Douce et fragile
Dans ses plus beaux atours
Ses yeux brillent
Et ses cheveux bruns
S'éparpillent
Sur le sable fin
Et nous jouons au jeu d'Adam et Eve
Jeu facile
Qu'ils nous ont appris
Car mon île c'est le Paradis


(Henri Salvador, 1957)



segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Tamanho é documento




Depois de 20 anos trabalhando com computadores - ao longo desse tempo já tive vários - começando por um "poderosíssimo" PC 286 com 1 Mb de RAM e um disco ríígido, que naquiela éépoca chamava-se Winchester de 40 Mb rodando DOS 6, em 1988, e trocando de máquina sempre que era po$$ível. Acho que quem sempre trabalhou com computadores do tipo PC usando o velho "Ruíndous" desde que ele surgiu, no fundo, no fundo, sempre teve um desejo recôndito de possuir um Macintosh, principalmente aqueles como eu que trabalham desenhando. Afinal os Mac foram projetados para desenhar, enquanto que os PCs só fazem contas e as transformam em outras coisas, até em desenhos, mas tendo uma trabalheira dos diabos para fazer isso. Finalmente em abril de 2007 minha filha Priscilla me trouxe da Itália um Mac Mini, um computadorzinho prá lá de poderoso, com um processador Intel Core Duo de 1.83 GHz e 1.8 Gb de RAM, rodando o OS X. É inacreditável que tudo isso, mais um superdrive que lê e escreve CDs e DVDs possa caber numa caixinha de alumínio escovado tão pequena de 16 x 16 cm de lado e 5 cm de altura. Mas o bichinho é brabo que só. Muito rápido e tem programas ótimos. Desde que ele chegou não quis mais saber de meu PC, um velho Frankenstein de 500 MHz que foi sendo montado de pedaços de outras máquinas mas que foi muito fiel. Ainda o conservo, pois nunca se sabe. . .

A 4 Mãos

Já não é a primeira vez que a Anna e eu trabalhamos juntos, e dessa vez, de uma nova maneira, literalmente a quatro mãos, (só que cada um de nós em seu próprio computador) e estamos tendo muito sucesso. Temos nos emocionado, divertido e até brigado juntos. A quatro mãos porque no trabalho de tradução de textos do inglês para o português, que é o que fazemos, dividimos a tarefa da seguinte maneira: meu inglês é melhor do que o dela e o português dela é melhor do que o meu. Assim, eu vou traduzindo sem grande preocupação literária, vou passando para ela que vai então "arredondando" literariamente o texto ao mesmo tempo que vai fazendo uma primeira revisão. Depois manda de volta para mim que faço uma revisão final. Dessa forma trabalhamos muito rápido e temos sempre entregado os trabalhos bem antes dos prazos propostos pelos clientes. Viemos para Resende para trabalhar, pois em Mauá isso era impossível devido à total falta de recursos de comunicação que o local apresenta. Aqui em nosso apartamento/escritório montamos nossa estrutura de trabalho, nos equipamos adequadamente e temos feito trabalhos que nos tem dado muito prazer, além, e sobretudo, de ajudar - e muito - a nos manter. Tudo começou ainda em Mauá com a tradução das peças de teatro de Lance Belville, mas foi aqui em Resende que nossa "carreira" de tradutores deslanchou. E foi com a conquista de clientes como Editora Record, na pessoa da simpática editora Rebeca Martins que temos desenvolvido um trabalho muito interessante. A Rebeca nos foi indicada pelo meu irmão Sergio que já vinha trabalhando para a Record há algum tempo. Já faz dois anos e meio que prestamos serviço para ela. Durante esse tempo temos traduzido livros muito interessantes e de conteúdos variados, tanto sobre futebol na China quanto sobre a vida de Carlos Magno, passando por especulações sobre o início da Guerra Fria e por um livro que reúne perguntas e respostas de leitores da revista New Scientist sobre os assuntos mais estapafúrdios. Trabalhamos também para a Editora Campus Elzevier, onde nosso contato é a editora Raquel Zanol, para quem temos traduzido sobre filosofia do direito. Além dessas e outras editoras, temos trabalhado numa outra área, menos emocionante, mas que também tem sido interessante, que é a da tradução e versão de conteúdos gerenciais e técnicos para a Guardian, uma empresa multinacional de Porto Real, município vizinho de Resende. Esse trabalho nos vem sendo solicitado pelo Márcio Pittigliani, nosso amigo e companheiro de coral. Estamos muito felizes com esta atividade que tem feito muito bem às nossas cabeças e à nossas vidas como um todo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Qual a sua atitude?


O Governo Federal, esse do "Um País de Todos" e seu Ministério da Saúde através do SUS, assinam uma mega campanha publicitária onde perguntam "Qual é a sua atitude?" mostrando a Negra Li que é essa linda moça aí de cima sambando enquanto sobre ela caem confetis e serpentinas, na qual exortam quem lê que "Mostre que é bom de cama", "tome uma atitude", e diz que "Bom de cama é quem usa camisinha", e termina então com a pergunta "Qual a sua atitude na luta contra a AIDS?".
Penso que a preocupação do governo está centrada muito mais na despesa que ele tem no combate a essa doença terrível que assola não apenas os brasileiros não só durante o carnaval. Mas tudo bem, é de outro modo louvável a preocupação com essa epidemia transmitida sexualmente. E acho que essa ação do governo está correta, mas gostaria acender outra luz sem no entanto apagar ou diminuir o foco da preocupação com a AIDS, mas usando argumentos parecidos. Vamos ver:
Ao invés da bela Negra Li sambando, que tal uma campanha parafraseando essa da AIDS, mas mostrando um jovem brasileiro frustrado à procura de trabalho e onde a frase "Mostre que você é bom de cama" seja substituída por algo como "Mostre que você sabe como sair dessa", e mantendo a frase "tome uma atitude", acrescente que "Quem sai dessa, é quem usa a cabeça", e termina perguntando "Qual a sua atitude na luta contra a IGNORÂNCIA"
O mesmo governo federal, aquele do "Um País de Todos", através de seu Ministério da Educação, deveria estar também muitíssimo preocupado com a epidemia da ignorância que assola a juventude brasileira que é tão ignorante que sequer percebe que é por causa dela que não consegue sair da situação em que se encontra.
Mas dar educação, ao mesmo tempo que camisinhas, não dá votos aos governantes que só pensam em se perpetuar em seus cargos. As camisinhas dadas durante o carnaval também não dão votos, mas a AIDS dá um grande prejuízo. Ainda assim parece que o governo acha mais interessante manter o brasileiro ignorante e vivo com uma bolsa família, do que vê-lo doente num hospital do SUS ocupando um leito e gastando o dinheiro daquela mesma bolsa família que era paga com os recursos da CPMF e que o governo dizia que eram gastos na saúde. Quando o senador Cristovam Buarque se lançou candidato à presidência nas últimas eleições quase foi ridicularizado pela opinião pública em razão da plataforma de sua campanha se basear apenas na educação. Não teve nem 1% dos votos. Mas quem já vinha dando bolsa-família se reelegeu e quer se reeleger pela terceira vez. Educação? Não dá votos! E a falta dela, entre outras tantas coisas, dá AIDS. Mas o governo não diz isso, como também não diz que para combater o desemprego e o crescimento pífio que o país apresenta e o aumento da criminalidade entre os jovens e as muitas outras mazelas de nossa sociedade, o único remédio é a educação. O senador Cristóvam Buarque, desde que eu me entendo por gente, foi o primeiro e único político que teve a coragem de por o dedo na ferida. E você, qual é a sua atitude?