segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A Casa da Dona Catarina


Surfando pela Internet procurando matérias sobre a Niterói do meu tempo, acabei encontrando a Casa da Dona Catarina que é esta que se vê aí em cima. A cor dela não era essa. Ela era creme clarinha com os detalhes brancos, e o muro não era assim. Mas a casa ainda assim era essa mesma. Ficava na nossa rua, a Herotides de Oliveira, no número 18, entre a casa do Dr. Cheferrino e a casa do Werner. Dona Catarina era uma senhora húngara gorduchota e corada, casada com o também húngaro Sr. Karel, que ia à praia de roupão. Era um casal muito tranquilo, sem filhos e com um cachorro cocker spaniel preto. Até onde se sabia o Sr. Karel era químico. Dona Catarina subia numa pequena escadinha de uns três degraus encostada no muro que separava sua casa da casa do Werner - que era nosso amigo de infância - para fofocar com a mãe dele, Dona Elizabeth, também trepada numa mesma escadinha de três degraus encostada no muro, do seu lado. Esta árvore que se vê é um pé de oití, uma frutinha dura que usávamos, junto com mamonas, em grandes guerras da garotada. Um dia, numa das férias do Dr. Cheferrino que sempre ia para Araxá, juntou uma garotada em sua garagem e demos início a uma grande batucada com latas velhas que durou horas e usou a garagem como concha acústica amplificando o som que ficou ensurdecedor. Dona Catarina não aguentou, reclamou misturando português com húngaro e alemão e disse que ia chamar a polícia. Quando chegou um carro da radio patrulha nós havíamos desaparecido como por encanto e Dona Catarina ficou dando explicações em sua língua estranha para os policiais. Achamos aquilo tudo o máximo. Coitada da Dona Catarina.

Um comentário:

caíque disse...

caloga, essa foto é recente?