segunda-feira, 26 de novembro de 2007

8. Icaraí anos 50


O Trampolim

Desde que chegamos em Niterói passamos a frequentar assiduamente a praia de Icaraí. A água era limpa ao ponto de mergulharmos do trampolim que lá havia e apanharmos moedas sobre a areia do fundo. Quem era 'homem' pulava do último de cabeça. Eu nunca tive coragem. Pulava em pé, e a sola doia quando tocava a água.



Quando éramos adolescentes, a praia era o lugar onde encontrávamos os amigos, paquerávamos as meninas, jogávamos frescobol, pegávamos jacarés em dias de ressaca. Nas tardes e noites de verão era um desfile de bicicletas e um "footing"onde as meninas e os rapazes se exibiam mutuamente. As tardes de verão eram intermináveis. Todos bronzeadíssimos (naquele tempo a camada de ozônio ainda estava intacta e não se sabia o que era cancer de pele ou protetor solar). O trampolim ficava em frente à rua Lopes Trovão e por algum erro em suas fundações ele foi ficando cada vez mais inclinado para trás. Em 1965, já casado e com minha primeira filha Adriana bem pequena, assistí de meu apartamento, que ficava exatamente atrás do Clube Central, sua demolição com dinamite. O Clube Central era aonde se reuniam os 'filhos de família' rapazes e moças 'da sociedade' Os primeiros eram os mocinhos bonitos que jogavam basquete e as meninas 'debutavam' ao fazerem 15 anos em festas pseudo faraônicas. No carnaval havia os tradicionais bailes onde cheirávamos lança-perfume no banheiro.

O Clube Central


Eternas debutantes, Angela Carrapatoso ao centro com Marly Vasconcelos à esquerda e Dirce Costa à direita coroadas respectivamente rainha e princesas dos estudantes de Niterói.

Mais tarde, nessa mesma praia de Icaraí era aonde passeávamos à noite, Anna e eu de mãos dadas e acabávamos nos sentando para namorar na pracinha (praça Getúlio Vargas) em frente ao Cinema Icaraí, que ficava na esquina da praia com a rua Álvares de Azevedo.

Um comentário:

Unknown disse...

caro Carlos, grato pelo flash back do trampolim de niterói, tenho 63 anos e brinquei muito nele. em 1962 numa ressaca, as ondas quebravam atrás do primeiro andar e nós, jovens, acreditando-nos imortais, pegávamos jacaré. um abraço