terça-feira, 20 de novembro de 2007

4. Fraturas

Foto de André Claudio V. de Mendonça

Neste caramanchão aí do Campo de São Bento, brincando eu caí e quebrei o braço pela primeira vez. Era o meu braço esquerdo (eu era canhoto). Após tirar o aparelho de gesso um mês depois, caí outra vez, não me lembro como nem onde e quebrei o mesmo braço, no mesmo lugar. Mais um mês para tirar o novo aparelho de gesso e eu estava 'pegando jagaré' numa ressaca na praia de Icaraí e quebrei o braço, o mesmo e no mesmo lugar, pela terceira vez. Com medo de levar uma bronca em casa não contei nada a ninguém. Era um domingo, e aos domingos após o almoço o programa dos adolescentes era ir ao cinema Icaraí, sessão das 2 horas, para fazer bagunça. Ao final da sessão, quando saí do cinema meu braço doia muito e estava roxo e inchado no lugar da fratura. Meu irmão mais velho que era estudante de medicina me levou ao Hospital Antônio Pedro onde fui mais uma vez entalado mas a fratura tinha sido muito complicada e eu tive que ser atendido num hospital no Rio que fica à direita na entrada do tunel novo. Fui tratado por uma equipe de ortopedistas que usavam a última tecnologia da especialidade. Sofri muito mas acabei ficando bom. Como consequência tive que aprender a escrever com a mão direita pois tinha que fazer as provas parciais - que eram provas no meio e no fim do ano letivo e que eram as que permitiam que se 'passasse de ano'. Essas provas tinham duas etapas: as provas escritas e as provas orais. E não tinha como driblá-las. Tive que fazer as provas escritas escrevendo com a mão direita. Daí em diante passei a ser meio ambidestro.

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