domingo, 23 de agosto de 2009

Juan Llerena, seu sonho não acabou


Lá se foi o meu amigo Juan Llerena. Boa viagem!
Acabamos de chegar de Visconde de Mauá onde aconteceu na Igreja uma homenagem póstuma ao meu amigo Juan Llerena, aquela mesma igreja (que daqui a quatro anos vai fazer 100 anos), aonde cantamos diversas vezes com o Coral do Visconde, onde, há uns 10 anos eram realizados muitos concertos organizados pelo excelente violonista Marcus Llerena, (um dos filhos do Juan) que lá recebeu seus amigos músicos para apresentações e onde ele próprio também se apresentou muitas vezes. A cerimônia foi emocionante. Hoje lá estavam, exceto próprio Marcus, todos outros filhos do velho Llerena: o Juani, a Celina, a Lya (com suas filhas e neta), o Felipe e o filho mais novo do segundo casamento do Juan, cujo nome não consigo me lembrar e que conheci menino pequeno há muitos anos em Mauá e que hoje está um homem. A homenagem foi fantástica. Todos os amigos; todos os que lhe queriam bem. Primeiro chegou a banda regida pelo mestre Elton Carlos Rodrigues tocando pela rua; parou na frente da igreja e executou mais algumas peças. A banda foi uma invenção do Llerena. O sonho dele era tornar Mauá conhecida nacional e mesmo internacionalmente através de sua banda. Foi ele quem arranjou os primeiros instrumentos usados e inconformado com a aparência que tinham foi atrás de seus amigos ricos e conseguiu dinheiro para comprar instrumentos novinhos em folha. Foi a iniciativa dele também que conseguiu recursos para encomendar uniformes para os músicos. Algumas excursões que a banda fez para tocar em concursos pelo interior do estado foram feitas em ônibus conseguidos também com seus amigos. Além da banda, Llerena viabilizou também a criação do Centro Cultural de Visconde de Mauá; arranjou para ele uma sede, conseguiu recursos para a sua manutenção, tendo deito a mesma coisa para a banda. Não satisfeito, criou a ONG Pró Bem Viver que tinhas muitos projetos a realizar, entre eles uma creche para as mães moradoras do Lote 10. Na minha visão, entretanto, a coisa mais importante que o Llerena fez para Mauá foi levantar a auto-estima de seus moradores, sobretudo daqueles de origem mais humilde. Nisso ele foi insuperável. O padre que oficiou o serviço fúnebre hoje lá na igreja sugeriu que se fizesse um monumento ou alguma coisa que eternizasse a memória do Llerena lá em Mauá. Grande idéia do padre. Vamos ver se a comunidade a leva adiante. Quando o Llerena criou a banda, criou-a achando que era uma das últimas coisas que estava fazendo em vida. Tinha se dado um prazo de mais uns poucos anos pois achava que ia morrer breve. Mas viveu muito mais do que achava que viveria. E fez, entre outras, essas coisas que eu enumerei aqui. Muitos de seus sonhos foram lá realizados. Os que ficaram por realizar, alguém os haverá de fazer realizar. Lá se foi o meu amigo Juan Llerena. Boa viagem! Seu sonho não acabou!

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