sábado, 8 de dezembro de 2007

23. O IACS da UFF

Morávamos nessa ocasião num apartamento tipo casa (com quintal) no morro de Santa Teresa em Icaraí, um lugar tranqüilo. Alameda 24 de outubro 133-a. Tinhamos duas cadelas (Maricota e Florisbela) e um papagaio que me cumprimentava sempre que eu entrava: "Coméquié, ô rapá". Nosso vizinho do apartamento de cima era o Roberto Duarte Alvares de Castro, o Roberto Babau, na época diretor do recém criado Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense. Ele me convidou para ser professor lá. Fiz um concurso "pro-forma", junto com outro rapaz que também estava entrando para ser professor lá, o Eduardo de Castro Neiva Jr, uma ótima figura, que vinha da Universidade de Indiana nos EUA. Assim comecei minha carreira de professor na UFF onde acabei trabalhando por 25 anos. No início o IACS, como era e ainda é chamado o Instituto de Arte e Comunicação Social, funcionava numas salas emprestadas do prédio do Instituto de Matemática no Valonguinho.

O Instituto de Matemática em foto de Edmundo (Luiz Edmundo de Castro). O Edmundo jamais acreditou que um dia a fotografia viria a ser digital. Bom fotógrafo, boa gente.

Depois o IACS iria se mudar para um velho casarão onde tinha sido o antigo e tradicional Colégio Bittencourt Silva.

Neste casarão do velho Bittencourt Silva descobri um velho portão que era um depósito de carteiras e mesas quebradas, limpei-o com a ajuda de meus alunos, pintamos o porão, fizemos luminárias de latas de óleo lubrificante, trouxe lâmpadas de minha casa, pois por incrível que pareça, a UFF não tinha uma verba para trocar lâmpadas ou comprar novas, e instalei uma sala/estúdio bastante simpática e sem aquele aspecto de sala de aula. Neste estúdio dei as melhores aulas de minha carreira de professor. Ali tive como aluno brilhante, entre outros, o Nelson Moraes Mendes que mais tarde veio a ser até meu sócio num escritório que primeiro funcionou experimentalmente num porão em frente à minha casa e mais tarde num prédio comercial em Icaraí.
Enquanto professor do IACS, tive excelentes alunos que se destacaram e hoje devem ser bons profissionais. Também tive alunos medíocres que não devem ter ido muito longe. Jamais dei uma prova a meus alunos. Dizia a eles que quem os aprovaria ou reprovaria seria a vida, pois é assim que acho que é. Eles parece que gostavam de minhas aulas. Fui por três vezes convidado a ser paraninfo de turmas que se formavam. Senti-me honrado com isso nas três vezes. Uma de minhas alunas brilhantes, que todos os que vêem o "Globo Esporte" conhecem é a Milena Ceribelli.

2 comentários:

Different, but True disse...

Eu me lembro de Babau! Ele era amigo de Marcelo Ribeiro e eles iam sempre na boite Le Petit onde minha irmã Claudia e minha prima Elisabeth sempre iam. Babau deu uns beijos na Elisabeth até!! :))
Ótimas histórias!
beijos

Anônimo disse...

Petit Paris! Eu fiquei umas semanas - junto com o meu amigo Manga - de "discotecário" de uma boite que tinha nos fundos. Acho que o nome do dono era Roberto, que tinha um Mustang dourado. A gente não ganhava nada, e ainda por cima o Roberto não acreditava que nós já tínhamos 18 aos, e toda vez que entrava alguém com cara de fiscalização agente se esconda debaixo do balcão...
Caíque