sábado, 15 de dezembro de 2007

29. Buscando novos caminhos.

O estúdio não ia bem. Pouco trabalho e dificuldades de colocarmo-nos empresarialmente. Aliás esta foi sempre uma dificuldade minha. Nunca soube ser o empresário de mim mesmo. Não tenho jeito para negócios. Melhor seria ter tido um sócio com este espírito. Mas o meu (assim como eu próprio) não era assim. Despesas que não acabavam mais: aluguel, contador, salários, impostos, ufa! E neca de trabalho que sustentasse tudo isso. Achei melhor dissolver a sociedade para que cada um de nós procurasse o seu caminho sem necessariamente levar o outro no vácuo. Assim foi feito. Pagamos todas as contas e fechamos as portas. Em virtude de ter trabalhado para a indústria e o comércio da moda, e de ter visto que aquele ramo parecia promissor, conversei com a Anna, minha mulher, e resolvemos abrir uma pequena indústria de confecções. Ela topou e assim nasceu nossa primeira aventura profissional juntos, a confecção EFEITOS ESPECIAIS. Não me lembro como conseguimos capital para comprar as máquinas que eram muito caras, mas compramos. Instalamo-nos no edifício Trade Center, em Icaraí, onde já havia outras pequenas indústrias como a nossa. Contratamos costureiras, cortador, passadeira, boy e começamos a trabalhar. A Anna com seu talento inato para costuras ia aprendendo com as costureiras os macetes do lado industrial dessa atividade. Minha parte era compra de matéria prima, desenho de estampas a serem impressas nas peças, cuja impressão inicialmente era terceirizada e mais tarde eu próprio acabei por aprender como fazer isso e não dependia mais de outras pessoas. Além disso minha parte também contemplava uma atividade para a qual eu não tinha o menor jeito, que era a de venda, que implicava relacionamento com os comerciantes que regateavam o máximo para ganhar também o máximo. Detestava esta parte, mas alguém tinha que fazer e esse alguém era eu. Para aprender os macetes desta atividade, a ajuda de meu amigo Eduardo Caillaux foi fundamental. Ele era vendedor do Cantão e me levava nas viagens que fazia em sua praça e me apresentava às lojas que ele julgava que absorveriam nossa produção. Mas a dificuldade era minha. Acabamos por contratar vendedores (todos uns amadores) que vendiam nossa produção de forma rarefeita. Chegamos a contratar um profissional que dava assessoria técnica a esse segmento de negócio para ver se conseguiríamos sair do chão, mas malgrado nossos esforços, não deu certo. Moral da história, depois de algum tempo constatamos nossa definitiva incapacidade como empreendedores e tiramos o time de campo. A Anna voltou para junto de sua irmã Cristina que continuava com a loja de material para decoração.

Um comentário:

CÉLIA BORGES disse...

Oi, Caloga
Bom poder ler suas memórias...bom lembrar e fazer das experiências as nossas lições de cada dia...bom também ter esse espaço pra nos conhecermos melhor, sabermos das nossas histórias e opiniões...vou te visitar sempre, espero que possa retribuir...bjcas pra todos