Como dizia a letra do samba "Adeus América" de Haroldo Barbosa, Geraldo Jaques e Janet de Almeida:
Não posso mais, ai que saudade do Brasil
Ai que vontade que eu tenho de voltar
Adeus América, essa terra é muito boa
Mas não posso ficar, porque...
O samba mandou me chamar
O samba mandou me chamar!
Eu digo adeus ao boogie-woogie, ao woogie-boogie
E ao swing também
Chega de rocks, fox-trotes e pinotes
Que isso não me convém.
Eu vou voltar pra cuíca, bater na barrica, tocar tamborim
Chega de lights e all rights, street fights, good nights
Isso não dá mais pra mim
Hey bop rebop, eu quero um samba feito só pra mim.
O samba mandou me chamar
O samba mandou me chamar!
Ai que vontade que eu tenho de voltar
Adeus América, essa terra é muito boa
Mas não posso ficar, porque...
O samba mandou me chamar
O samba mandou me chamar!
Eu digo adeus ao boogie-woogie, ao woogie-boogie
E ao swing também
Chega de rocks, fox-trotes e pinotes
Que isso não me convém.
Eu vou voltar pra cuíca, bater na barrica, tocar tamborim
Chega de lights e all rights, street fights, good nights
Isso não dá mais pra mim
Hey bop rebop, eu quero um samba feito só pra mim.
O samba mandou me chamar
O samba mandou me chamar!
A OEA - Organização dos Estados Americanos que era a entidade que me dava a bolsa de estudos ficou sem verbas para o ano seguinte e em consequência cancelou o programa de bolsas. Era aceitar a oferta de trabalhar em Champaign-Urbana ou voltar para o Brasil. A guerra do Vietnam, os distúrbios raciais, a hipocrisia, sobretudo a educação e o destino da vida de minhas filhas e outras mazelas americanas, aliadas à evidência real de que eu era um estrangeiro e jamais seria tratado de maneira igual, mesmo que fosse melhor, tiveram um peso enorme e minha decisão foi a de voltar. Como anos mais tarde diria o Ed Motta, em puro 'edmotês': "se eu fosse americano minha vida não seria assim". Voltei com uma carta de recomendação de Sergio Mendes que tinha ido fazer um show em Chicago ao qual fomos e ele do palco mandou: "Aí, Caloga, essa é para você" e atacou de "mas que nada" de Jorge Ben, que naquele tempo ainda não era Benjor. Esta carta era para o Cícero Leuenroth, dono da Standard Propaganda, a maior agência de propaganda do Rio de Janeiro na época. Embora depois da CIN eu tivesse jurado que não trabalharia nunca mais numa agência de propaganda, a necessidade de nos estabelecermos de volta em nossa pátria mãe gentil me fez aceitar o cargo de diretor de arte com um salário astronômico. Mas durou poucos meses. Era demais para a minha cabeça que vinha da Meca do design. Um dia, após voltar do almoço, mal saí porta a fora do elevador, vomitei todo o almoço no tapete da suntuosa recepção da agência. Demití-me em seguida e fui para casa.
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